A CIDREIRA DO POETA LOUCO
A CIDREIRA DO POETA LOUCO - Rodrigo Noval
Teu equilíbrio é tão bem servido de constância
que leva o meu olhar quase cego de esperança
a enxergar uma eternidade de paz e temperança
Teu sorriso é o paraíso que eu tanto preciso para deixar de ser impreciso,
e me tornar mais conciso.
Teu corpo incandescente em minhas mãos não merecedoras,
foi consequência avassaladora
da tua alma que espalha partículas rejuvenescedoras
no desintegrar da minha existência destruidora.
Vida é vida, não tem jeito, e eu te vivi acordando no teu peito,
e colocaria essa vida em penhora em troca de ser um infinito pedaço de você,
para me proteger de toda vaidade que me devora.
Porque teu timbre de voz já me humilha ao discernimento,
refresca o meu vulcânico ego maldito com um leve vento
que me remete ao positivismo do pensamento
de me livrar desse imediatismo que nunca me deixou em nada atento.
Você é a flor que eu aprecio, a pétala que toquei com meu cuidado mais macio,
a Cidreira santa que acalmou meu coração vadio.
E sem mais o que dizer, guardo em mim cada pedaço de você,
pois o tesouro de te ter, levarei comigo por onde eu for e viver,
por cada amanhecer desse meu torpe enlouquecer.
Para Luciana Netto.