Anestesiado pela saudade
Ontem eu caminhava pela noite
tentando tocar as estrelas,
admirando o brilho
que em partículas de sereno,
flutuavam como pensamentos
sem direção a tomar.
Deitei sobre a grama verde
de um jardim no alto de um coração
anestesiado pela saudade
que machuca em silêncio,
desmanchando o homem,
tornando-o covarde.
E sem rumo continuei a andar,
esperando tocar um rosto distante,
tão profundo como a noite
que cala os olhos cansados de esperar.
As lembranças sussurravam no ouvido
cada respiração congelada no tempo
rasgando o peito sem compaixão,
deixando um vazio,
que é sempre preenchido
com tamanha solidão.