Amante Ardente

Ainda posso ver ao olhar pra você

A lágrima morta que um dia chorastes por mim

Desmaiada em sua tez delirante, onde a morte já se anuncia.

E o corpo lânguido e agonizante clama por mim

Pobre alma que a dor consola

Agarrada a uma fagulha de esperança

Entrega a vida ao passar da aurora

Condenada a infeliz mendigança

Não te cansas de olhar esse retrato?

Uma voz curiosa pergunta...

Não, não me canso...Respondes

Sua face é tão doce, sua alma tão linda

E as esquálidas mãozinhas se agarram tremulas

Ao beijo último do inflamado amante

Nada te dei, ele disse...

Mas teu amor vale mais que diamante

E diante dos olhos mesquinhos

Que agora me olham e padecem

Agonizo morro e definho

Espero apenas que a morte me leve

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 31/07/2013
Código do texto: T4413894
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