É fogo...!
Eu falava sobre o Planeta, ninguém dava importância
Não sabiam os imbecis do sufoco que haveria
Quando a água no mundo começasse a faltar
Eu falava da ecologia, porque um dia alguém me acordou
Com palavras de carinhos, eu me encontrava sozinho
Num descampado que o fogo sem piedade queimou
O solo era negro, as corujas e todas as espécies
De animais não existiam mais, apenas os uris-caixeiro
Vindo de outros paradeiros rondavam os quintais.
Nas cinzas quentes eu pisava, triste eu olhava,
E, na vizinhança eu via, o verde que tanto valia
Nas chamas reclamando da vida que findava.
O planeta esturricava, HOMENS não mais se amavam...
A chama invadia os grotões, acabando com os sertões
E com o amor que ainda havia nos doces corações.
Mas a água o fogo não queimava, eu imaginava que tivesse
Proteções especiais, mas pensei como criança, muito mal
Não tinha açúcar nem sal, desapareciam-se rios e mananciais
Quanto à biodiversidade que no campo e nas cidades
Sem qualquer suspeita de maldade o homem devorava
Fiquei estarrecido e de tristeza eu só chorava.
Mas resta a esperança entre tantas desavenças
Que a natureza ainda vença o descaso do homem
Que sem nome ou codinome não a destrói por mal.