UMA VEZ, UM OLHAR
Quando te olhei pela última vez
O teu olhar era como uma sombra
Na imensa escuridão que invadia aquele gesto
Na brevidade efêmera daquele instante
Te disse qualquer coisa que não lembro mais
E tua reação foi ir sumindo-se aos poucos
Quase sucumbindo ao meu gesto desesperado
Que não queria dizer adeus
Então disse até logo
E encontrei-me assim, contrafazendo-me
À toda paixão que me emprestaras durante a vida
Mas era necessário que o amor
Que tão esplendidamente dizia-se perfeito
Fosse colocado à prova daquela delinqüência
Que eu morresse nele um pouco
Que me despedisse dele um pouco
Pois enquanto pude fui seu escravo
E eu queria aquela despedida
Pra que um dia pudesse voltar mais forte
Pra que pudéssemos vencer a morte
Mas não esperava que fôssemos morrendo nele
E quando perdido, e quase morto, regressei
A procurar aquele olhar que me protegia
Tão dura foi a angústia daquela vã ternura
Ao perceber que ele não mais existia...
Quando te olhei pela última vez
O teu olhar era como uma sombra
Na imensa escuridão que invadia aquele gesto
Na brevidade efêmera daquele instante
Te disse qualquer coisa que não lembro mais
E tua reação foi ir sumindo-se aos poucos
Quase sucumbindo ao meu gesto desesperado
Que não queria dizer adeus
Então disse até logo
E encontrei-me assim, contrafazendo-me
À toda paixão que me emprestaras durante a vida
Mas era necessário que o amor
Que tão esplendidamente dizia-se perfeito
Fosse colocado à prova daquela delinqüência
Que eu morresse nele um pouco
Que me despedisse dele um pouco
Pois enquanto pude fui seu escravo
E eu queria aquela despedida
Pra que um dia pudesse voltar mais forte
Pra que pudéssemos vencer a morte
Mas não esperava que fôssemos morrendo nele
E quando perdido, e quase morto, regressei
A procurar aquele olhar que me protegia
Tão dura foi a angústia daquela vã ternura
Ao perceber que ele não mais existia...