Águas

Se eu pudesse me emanaria mais, como um prisma,

por inúmeros refletidos feches me transfundiria

abarcada no crepúsculo em tuas escuras esquinas,

flutuaria em tuas sinuosas, para perto te aduziria.

Se eu pudesse me esvairia mais, nas águas, a jusante,

margeando os campos inebriada, me enterneceria,

esmaecida nas correntes, enlevada, à tua fluente,

nas gotas da tua alma para sempre me entearia.