Ah! O amor...

Venho do amor.

De toda forma de amar.

Do amor inacabado, fujo.

Do amor solidificado, também.

Amor é movimento.

É lençol branco no varal,

Bailando ao sabor do vento revolto ou brisa leve.

É folha de abacateiro caindo do pé.

É flor de cerejeira, doce, sanfolinando de lá para cá.

Amor é fogo, calor.

É raio de sol da manhã

A esquentar os pés e as mãos, em dias frios.

É abraço apertado, apertado...

Daqueles de quase sufocar.

É sorriso de criança ao ver balão colorido

Amarrado no barbante, lá no alto.

É pipoca doce, com caramelo.

É sorvete de casquinha e cobertura.

É pirulito do “Chaves”.

É lambida de cachorro no fim do dia

Dizendo que, apesar dos pesares, somos amados.

É ronronar do gato, pedindo um cafuné.

É passarinho cantarolando na janela, pela manhã.

É andar na guia da sarjeta de ponta de pé.

Rindo, feito criança travessa.

É pular amarelinha na rua

Com um sapato no pé e outro no jogo.

É brincar de pique-esconde

Até ouvir a mãe chamar para o jantar.

É buquê de rosas coloridas, feito arco-íris.

É perceber um olhar que quase sorri, observando.

É decifrar a complexa expressão matemática

Ou ainda desmembrar aquela sintaxe enorme

Com paciência, sem medo de errar.

É enxergar bem direitinho, com ou sem óculos novos.

É bala de coco derretida na boca, lentamente.

É água gelada, no calor.

Guaraná ou leite com achocolatado

Para saciar a ânsia de adoçar o paladar.

É sopa de mãe, em dia de gripe.

Um inesperado “amo você!” no meio do dia.

Ou mesmo um breve momento de preocupação

A nós direcionado, por outrem.

Amor é carinho, carisma.

Atitude, por menor que seja.

É movimento sincronizado.

Como ballet de meninas-moças.

É chuva batendo baixinho na vidraça.

E escorrendo bem devagar, rumo ao solo.

Venho do amor.

De toda forma de amar.

E talvez seja por isso

Que ainda o considero como o remédio d’alma.

A salvação do mundo.

Nesses dias tão desgovernados de hoje.

Talvez por ele, o amor, a vida ainda valha a pena.

E sentir tudo isso seja tão importante,

Quão ímpar, dentro d’alma.

Por ele, o amor.

Única e exclusivamente por ele.

O verdadeiro e eterno amor.

Em todas suas formas de amar.

Desde que brote do coração.

Toda forma é válida.

Sempre!

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 30/08/2013
Código do texto: T4458434
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.