COMO AMO VOCÊ



Na cadeira em frente
Balançavas teu corpo
Eu já quase morto
Te observava cantar
Coisas belas sobre as flores
Sobre a relva do campo
Sobre os lírios, as aves, o mar
(“Mar-amar, Mar-amar”)
Mas em teu canto estrelado
Havia um quê de beleza aparada
No prospecto de tristeza que se expandia
Na segurança dos teus simples sinais
Era a mim que chamavas
Ao teu ser que clamava
Em palavras fatais

Ainda bem que estavas à frente
Balançando teu corpo
E às vezes me sorria
Falando dos teus nunca mais
Na enxovia soturna, enterrava
O passado, naquele momento
No momento em que ali estando
Dizia-me estar carente
E tuas palavras eram fulvas e fulgentes
E enchiam de estrelas meu Céu
Tu estavas em silêncio calada
Só pra que quando eu chegasse
Visse a aurora nos teus olhos cinerários
E pudesse teu rosto amar

Na cadeira em frente
Balançavas teu rosto
Como que dizendo não
Então lembrei-me teu triste viver
E minhas lágrimas se derramavam como rios
Como as águas destiladas dum labirinto
Pois estavas e estarás tão presente
Amarás-me assim toda a carência,
Que de ti tive nessa efêmera ausência,
E toda a vida que me destes
Como lumiar em minha mente sombria?
E é porque te observo que te amo
Mesmo nos momentos em que te inflamo
Mesmo nos momentos em que me chamas ausente...
Nos dias em que te quero imediatamente
Para ficar ali te observando
Naquela beleza, beleza infinda
Só porque és linda...
E porque te amo perdidamente
E te quero simplesmente
Porque te amo
Amo de amar e não reclamo
O quanto amo você!
jairomellis
Enviado por jairomellis em 11/04/2007
Reeditado em 15/04/2007
Código do texto: T446026
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