A MENINA DE VESTIDO PRETO TUBINHO

De pele morena macia

Deusa das índias,

Pastora dos ventos uivantes

Gestora da minha atual poesia.

Sou como giroscópio

Que procurava inspiração perdida

Poeta sombrio e errante,

Assim, trouxeste a angústia e a calmaria.

Deixei meu olhar debruçar

Nos degraus do passado

Para te ver entrar pela porta

de minha casa solidão...

Usava um vestido preto tubinho

Lindos cabelos negros lisos

Numa beleza inesgotável em dança

penetrou a eternidade...

Era tenra idade em nossas almas

E pela primeira vez estivemos tão próximos

Bailando músicas pelo salão íntimo

Daquela festa em que foste meu presente

Como meu olhar de ti andou ausente?

Mergulhado na febril distância

Do mundo cruel que arrancou a “mocidade”

Mas, fez repousar a saudade, a fé e a esperança....

E o ar da sorte (Deus) se eleva,

Novamente trôpego adentrei o salão

E, o sol do teu sorriso me jogou o clarão

Das noites que esquecido fiquei sem dormir...

Estava pensando o que me faltava,

Inspiração, o ardor, o poema

A ausência de tua pele morena

O doce cheiro do perfume da madrugada....

E vagarosamente elegante

Sentou-se ao meu lado, e cantou

Num tom quase que divino

-“Eis me aqui, seu marrento!

Agora sou mulher e muito fatal”...