Espera
Na terra lavrada do meu corpo,
Nascem caminhos velhos,
Imensos,
Do tamanho das pedras com a idade do mundo!
Na singeleza do meu pensamento,
Abro a madrugada no teu peito
E cubro de lava cinzenta a tua pele...
Viaja-me a dor,
Numa fecundação de maresia e sol,
Repousando na ilusão
Da tua nau...
Amarro-me numa tempestade de sol,
Pranto solto na raiz da terra,
Vida deslizando em nada...
Rasgo-me no arco do tempo
Numa espera...