Agradecimento

Quando digo a você

Que meu único motivo de permanência é seu,

Deveria acreditar.

Há muito já deixei de lado

Toda e qualquer outra razão para permanecer.

Há muito venho pedindo mais vagalumes.

E até agora, pouco os guardiões que vêm iluminar.

Já pensei em desistir, inúmeras vezes.

Contudo, seu sorriso me impediu.

Fez e faz com que eu continue.

Mesmo em dias cinzentos.

Ou noites de chuva forte.

Por falar em chuva forte,

É nela em que busco afogar os sofrimentos.

Em dias de mar agitado,

Uma boa tempestade auxilia muito.

Deveria crer piamente em sua força sobre mim.

Minh’alma sente-se amparada junto a sua energia toda.

Então, sinto que posso me recostar mais um pouco.

Que o barco ainda navega,

Mesmo com o casco todo lameado...

E com os remos mordidos pelos tubarões.

Posso navegar.

Com os crocodilos à espreita, ao menor suor.

Com cascavéis no topo das árvores,

Prontas a dar o bote mortal.

Entretanto, o mar é sempre calmo...

O rio sempre permanece sossegado

Ao menor sinal seu.

Entreguei-lhe minh’alma.

Quando, pela última vez, pedi ao Pai

Uma chance mais de viver esse amor.

De vivê-lo e revivê-lo.

Por saber de sua existência, em vidas tantas.

E como passe de mágica Ele me ouviu.

Ouviu e permitiu que ficasse.

Por esse amor.

Por você.

Por ter encontrado o motivo de eu ter voltado.

São tantas as recordações!

E ainda me vejo sorrindo,

Ao ver-lhe adormecer, noite adentro.

Vou sorrir enquanto me for permitido.

Não sei quanto me resta.

Embora saiba que os dentes não cairão

Pelo passar da vida...

Todavia, o tempo que restar,

Seja ele um dia ou meia centena de vida,

Eu dedicarei a você.

Dedicarei a esse amor que me prende...

Que me guia, ampara-me.

Dedicarei a tudo o que você e seu amor me representam.

De olhos fechados, agradeço ao Pai

Por ter-me deixado ficar por aqui, um pouco mais.

Por ter-me colocado sua alma frente a minha,

Naquele dezenove de junho.

E agradeço a você, amor meu,

Por toda a paciência e o encantamento

Que fazem com que eu ainda fique,

Mesmo quando o sol se esconde,

Num fim de tarde frio e solitário de outono...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 06/10/2013
Código do texto: T4513417
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