Reflexos do Espelho

Parece estranho,

Mas em meandros côncavos encaminha-se

À noite, d’onde estrelas e neons se curvam

Ao vale das sombras inebriadas

Com o quão de amor reflete o espelho!

Como um soar de cordas de aço

Pitorescamente a brisa inunda o salão

Chamando a dançar as cortinas,

Pois o beijo já acontece pelo reflexo

Do luar no orvalho sob a face novelesca!

Indagado pelo tempo

Um velho bandoneon abre-se em versos

Ressaltando do tango suas notas mais convexas,

Claves eminentes a nostalgia das velas

Queimando pelo apreço do sentir!

Entre o silêncio e o abraço

Uma palavra em oração, direção

Uma prece em sussurro, um caminho

De veios, de apelos debruçando-se

Pelo dorso da canção, é poema de amar!

07/10/2013

Porto Alegre - RS