Sombras e Reflexos em Ébrios

A noite já vinha caindo

Trazida pela brisa vinda da verve,

Mesclando-se entre os quatro horizontes

D’onde tudo acontece, tudo embevece

Em nome do néctar do repouso da rosa flor!

Sob a prata da seda

A silhueta em escultura versa-se, âmago,

O botão em desabroche, o toque em canção,

Magia e beleza instalando-se pelo instante,

Pois da folha se lê a poesia, da pele pranto!

Há um doce pecado

Vestindo cada elemento, cada lamento

Descrito pelo silêncio da alma, da aura

Entregue ao desnudar, ao calar dos ébrios

De um coração encouraçado pelo amor!

Pelo declamar da meia-luz,

Sombras e reflexos do outrem em alforria

Da dor pelo fulgor de também contemplar

O corpo nu d’onde tudo conduz aos veios

Do sentir, do velejar em águas serenas...

Oh, amar!

10/10/2013

Porto Alegre - RS