O MEU PRIMEIRO BEIJO DE AMOR

Doce anjo dorme nas nuvens, feitas plumas de algodão.
Tenho dois amigos que te amaram tanto, e tanto é meu
Encanto pela amizade que a estes tenho
Que descansar não posso não.

Nas ruas íngremes daquele bairro, nas casas largas,
Na praça em frente...
Aquelas árvores, aquele verde...
Quero chorar, mas não vou não.

Um deles morreu num acidente de bicicleta,
Abalroado num caminhão.
E eu te chamo anjo, anjinho, e a ele que tanto te amou e
Tanto a mim amigo foi... Explicar isso não sei não.

Sei que descobri que meu amigo tinha razão
Em te amar tanto
Por isso seguro meu pranto quando penso...
Quero chorar, mas não vou não.

Ah! Naquela praça em frente da tua casa, onde sentávamos
Na calçada à noitinha,
Foi quando dei meu primeiro beijo, o nome era Tatiana...
Mais que isso não sei não.

Teve gosto de carne e de medo, e de tanto pensar no momento,
Não senti aquele beijo.
Beijo de verdade foi o que me destes, quando andávamos a sós
Pela praça, na rua... Esquecer isso não posso não.

Sabe, minha vida foi meio sem graça:
Um amor que me perdeu, um amigo e outro...
Doce anjo dorme nas nuvens, feitas plumas de algodão.
Meu amigo, que foi aquele caminhão?

Querida, fique com o outro, aquele meu amigo, que te ama tanto, Pois não posso mais enxugar teu pranto
Quem te ama está nas estrelas e eu logo mais irei também.
Queria entender, mas não posso, não posso não...

Quando te vejo meus olhos se enchem de água.
Descobri sem querer que não foi ele...
Fui eu quem te amou e ele pela afeição que me tinha,
Amou-te por mim. Quero explicar, mas pode ser em vão.

Nas ruas íngremes daquele bairro, nas casas largas,
Na praça em frente... Aquelas árvores, aquele verde...
Quero chorar, mas não vou não.
Quero morrer. Não posso não.

jairomellis
Enviado por jairomellis em 16/04/2007
Reeditado em 01/05/2007
Código do texto: T452445
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