Efeito Borboleta

Não há um fundamento qualquer

Para não amarmos demasiadamente

Demasiadamente o coração desanda

Quero eu poder te amar em dias úteis

Dias sem um preço ministrado

Amar, amar, amar – simplesmente amar o claro modesto

O provável enigma...

Trago de outros tempos tua felicidade, menina!

Há uma circunstância memorável

Para comemorarmos os nossos tempos

Dos retratos na instante

Lembro quando amamos subitamente

As coisas pareciam relatos de seres distanciados

Compartilhados pela brisa dos corpos em chama

Quero dormir contigo em dias memoráveis

Dias de tempestade

Dias de chuva cadenciados naquilo que ela nos diz

Dias de teus medos inocentes.

Não me poupe o que desejo

Poupe-me a monotonia em dias desfavoráveis

Não me poupe o frio, porquanto e necessariamente

O abraço vem

Poupe-me expressões desmerecedoras

Aniquiladas e desprovidas de seiva

A palavra é um ser vegetativo.

Exato! Digerimos as palavras

Palavras com sabor gostoso em ser lido, ser escrito

Eu não posso escrever expressões que não sejam

Digeridas com facilidade

Degusto do melhor vinho, pelo motivo único

De degustar das melhores uvas apetecidas

Amo-a demasiadamente, ademais de um amor justo

Amar, amar, amar, amar, simplesmente amar!

Se as borboletas falassem, até diriam:

-Felizes são os que amam com certa naturalidade.

(Carlos André)