Contraponto

Bendito é o teu olhar

azul e profundo

da cor do mar.

Benditas são as tuas mãos

entrelaçadas nas minhas.

Maldita é a poesia de tua boca,

teu veneno destilado

em meio a sorrisos

meus delírios

nas noites pálidas.

Saudade de não sei o quê...

Sinto-me só,

nua.

A alma não cala.

No fundo do meu baú

procuro:

o bendito âmbar em forma de gota

das lágrimas das Helíades

(para afastar os maus espíritos).

Guardo a sete chaves

dentro de um esconderijo,

cristais e sombras de mim mesma;

faíscas.

Ai, como dói!

As marcas - rosas sangrentas -

o amor que nunca morrerá.

Meu lugar é aqui.

Na horas malditas de tua ausência.

Faz de conta - juras secretas -

feche os olhos

e dorme menino

em meu colo bendito.

(Verônica Partinski)

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 19/04/2007
Reeditado em 31/10/2007
Código do texto: T455191
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