PASSARO FERIDO!

PASSARO FERIDO!

Voei,Voei,Voei!...

E ao infinito cheguei

Cheguei ao vazio

O buraco negro

Um vácuo sem luz

Onde impera a escuridão

Minhas penas encharcadas

Das lágrimas que derramei

Pesadas ficaram

Dificultando meu voar

Não sei para onde vou

Nem se um dia vou chegar

Numa gaiola de ouro vivi

Prisioneira do meu cantar

Tive comida farta

Água até para nadar

E todos admiravam

O meu límpido cantar

Um dia fui ficando cansada

Não queria mais cantar

Pois o que realmente queria

Era ter livre o meu voar

Eu não tinha liberdade

Eles aos poucos me matavam

E nem ao menos percebiam

Pois a vaidade rotineira dos seres humanos

Um segundo não perdiam para me olhar

Mas um dia a porta aberta alguém esqueceu

E como um milagre rumo a liberdade voei

Voei por muitos lugares

Mas nada que vi me agradou

Não existe mais pureza no ar

Nem as crianças escaparam

Da maldade do ser humano

Elas hoje brincam de matar

E foi numa destas brincadeirinhas

Que com uma pedra

Uma delas me acertou

Feriu-me profundamente

Mas nem por um minuto me olhou

Simplesmente foi embora

Deixando para trás mais uma ave que ela matou!...

Helena Lins-30-05-2007

Helena Lins
Enviado por Helena Lins em 19/04/2007
Reeditado em 30/05/2007
Código do texto: T456287