Amante imperatriz

Oh, clamada imperatriz,

Deixa-me te servir,

Faz-me do amor teu aprendiz

E permita-me também sorrir.

Dá sentido para essa vida

Que se extingue contando horas

Desperta-me a alegria ressentida

Com o calor com que me ancoras.

Quero reaver teu largo beiço

E serenar em teus encantos

Nos níveis braços em que adormeço

Ouvindo os lírios desses teus cantos.

Tua presença me é esmerada

A que me acordes da solidão,

Que me pranta em madrugada

Quando estou só nessa ilusão.

A sensação de companhia

Só me a fornece teu alento

Mas dura pouco, menos que o dia

Pois já não a sinto em meu aposento.

Que te dizer sobre o olhar?

Hipnótico esse cupido,

Que me doma sem avisar,

Num coração enlouquecido.

A tua imagem afixada

Drena as cores do vasto mundo

E a cada passo, a cada olhada

É teu ressalte em meio ao fundo.

São batimentos descontrolados

Se te aproximas em demasia

E vasos de sangue cristalizados

Se teu amor é fantasia.

O teu sorriso me é um presente

Que o guardo adentro meu coração

E de tão lindo a alma o sente

A transformá-lo em perene recordação.

E há do teu beijo o prazer

O qual não quero vire lembrança,

É o doce sabor eterno a querer

O perpétuo dessa aliança.

Te quero hoje e amanhã,

Conforme ou não tua recusa

Não me é esperança vã

Saber que a alma o amor a usa.

Sou empregado do teu amor:

Um império puro e dominante,

Sou pai da paixão e filho da dor,

Escravo de ti, da minha vida a amante.

Vitor Barros
Enviado por Vitor Barros em 27/08/2005
Código do texto: T45630