MEU DOCE POETA


És um poeta plácido, tão sereno,
Que até consigo ouvir o teu silêncio,
Meu doce anjo moreno...

Sou teu paradoxo, teu inverso,
Desvairada, louca, insana,
A tua metade oposta, teu reverso...

Teus versos são feitos de amor,
Cultivam emoções sem igual,
Cicatrizam feridas, curam a dor!

Os meus versos sangram, mutilam!
São arautos de uma cruel desilusão,
Ferem o peito e pérfido veneno destilam...

Somos metades da mesma moeda,
A luz e a escuridão, o sol e a lua,
Somos frutos da paixão, és meu, sou tua!