À luz

Em dor de parto me encontro

Nos desencontros de mim

Quero vir à luz

Trazer à luz alguma poesia

Que nem sempre há em meu ser.

Quero que nasça à fórceps, que seja!

Sou uma alma convulsa, confusa

Sou mãe incapaz de parir

Como a terra dando à luz a relva

A poesia vem rasgando minhas entranhas

Em lágrimas, em dor, até torpor

Algumas vezes calma

Outras vezes lava

De um vulcão furioso!

Sou mãe, sou filha,

Estrada, ilha

Estrela que morreu...

Planeta natimorto

De um universo torto

Inconcluso...

Sou ser inacabado.

Inexistência definida.

Gosto intragável.