A uma estranha

Estranha que passa!

Você não sabe com quanta saudade eu lhe olho,

Você deve ser aquela a quem procuro,

(isso me vem, como em um sonho,)

Vivi com certeza uma vida alegre com você em algum lugar,

Tudo é relembrado neste relance, fluído, afeiçoado, casto, maduro,

Você cresceu em mim, foi uma menina comigo,

Eu comi com você e dormi com você

– seu corpo se tornou não apenas seu,

Nem deixou o meu corpo somente meu,

Você me deu o prazer de seus olhos, rosto, carne, enquanto passamos

– você tomou de minha barba, peito, mãos, em retorno,

Eu não devo falar com você

– devo pensar em você quando sentar-me sozinho,

Ou acordar sozinho à noite,

Eu devo esperar – não duvido que lhe reencontre,

Eu devo garantir que não irei lhe perder.

Izan Lucena Lucena
Enviado por Izan Lucena Lucena em 18/11/2013
Código do texto: T4575772
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