COMO NASCE UM POETA

 

 


 
 O homem nasce inconsciente e ignorante. Nem imagina que um dia terá necessidade de poetar.
É isso mesmo. Todos nós fomos, somos ou seremos poetas um dia. Somos frutos da poesia e da declaração de um grande amor, salvo exceções.
Na maioria das vezes nunca poetamos, mas chegará um momento em que seremos obrigados a declarar frases de amor a alguém. E isso nos faz poetas mesmo que seja por alguns instantes.
A união conjugal entre um casal mesmo entre dois seres do mesmo sexo só se realiza depois de algumas declarações de amor.
Necessário se faz, por ser de bom grado, a gente esclarecer que fazer sexo não significa amar. É um ato carnal meramente físico e até animal.
Pior do que tudo: Declaração de amor da boca pra fora é o que mais se ouve no dia-a-dia entre os povos de toda parte do mundo.
O poeta, entretanto, assimila todos os sentimentos. Traz para si os bons e maus amores vividos ou sonhados. Transforma em poesia toda tristeza da sua alma. Ou faz florescer o amor, a alegria e a esperança mesmo diante das piores coisas e piores momentos.
Onde as pessoas comuns vêem somente escuridão o poeta enxerga um enorme facho de luz iluminando uma cidade.
Por isso, a partir do momento que o homem se conscientiza da necessidade de transferir a sua tristeza para um momento feliz e de mostrar que a sua alma consegue superar os obstáculos extravasa os seus versos direcionados ou não a alguém. Pronto. Nasceu um poeta. (CLEMENTINO, poeta e músico de São Sebastião – SP/BR.)