MARTÍRIO

Abro os braços e espero o tiro

que há de me tirar da vida

e me dar em martírio

por tanto amor que se perde.

Hei de morrer de amor!

A melhor morte

quando da vida não se tem

melhor sorte.

Dei-me por inteiro.

Investi meus mais preciosos bens.

Morreu.

Não deu.

Fazer o quê?

Morrer

da mais honrada morte.

Adeus, amigos!

A Deus entrego minha carne

e aos urubus o meu espírito!

Que todos cantem

a morte de quem amou demais

e morreu

por ser frágil demais.

De um certo modo,

meu martírio

é o triunfo do amor.

Wanda Maia
Enviado por Wanda Maia em 23/04/2007
Reeditado em 23/04/2007
Código do texto: T461035