Esperando Amanhecer

Esperando Amanhecer

Na primeira vez que na boca nos tocamos

logo emudecemos os dois, com proibidos beijos...

Que não seria um bom começo, sabíamos;

e não poderíamos ter um belo fim juntos!

Levo comigo torturante e suave lembrança,

ao bailar do ódio e do amor, na madrugada.

Se ainda sinto em meus lábios

o sabor dos seus falsos beijos;

Se vivo sempre em inúteis sonhos

me atormentando por desejos;

Saiba que tenho todo meu ser

a lhe esperar em novo amanhecer.

Não se engane! Não é por lhe querer!

Como sempre foi antes de lhe conhecer,

onde sentia imensa saudade sem saber.

Nasceu o amor e pretendo deixar

que ele morra à mingua, agonizante,

enquanto sua dualidade mostra-se,

tal como da moeda a outra face,

nascerá um outro bem mais forte,

ungido em ódio; qual antítese do amor,

surgirá em forte mágoa e dor.

Um dia me permiti lhe conhecer

e vejo o quanto a noite é longa;

Sinto que foi triste esse amor,

bem como sei do amanhecer

que um dia virá nos acolher.

Mesmo que muito longa seja esta vida,

ainda será bem pouco para lhe esquecer!

Se noutra existência os seus olhos eu encontrar,

espero com todas a minhas forças lembrar

que em você eu nunca deverei confiar!

Não sei se já estou próximo do alvorecer;

mas, quando o amanhã chegar

vou te reconhecer pelo seu olhar.

Prometo, ao mesmo erro, não ceder.

Julio Silva

Julio Cesar da Silva
Enviado por Julio Cesar da Silva em 25/04/2007
Código do texto: T463287
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