Dança, não.

Dança, não.

Um dia, ela lhe perguntou:

“Você irá comigo para onde eu for?”

Coração ditando, a boca falou:

“Pode apostar a alma que sim, meu amor!”

E então, veio a pergunta seguinte:

“Dança comigo enquanto Universo haver?”

Ele disse, afetando certo requinte:

“E além, mesmo se o Universo perecer!”

Sorrindo, ela quis saber, confiante:

“Dança comigo até o amor chegar ao fim?”

Dele ficou sério de repente o semblante:

“Somente até aí a dança será para mim!”

Ele não dançaria após o fim do sentimento.

Ela indagou, perplexa, qual a razão.

“Amada, se o amor acaba, não há mais dança,

não há mais vida, nem esperança,

com o fim do amor não há música mais não!”

~CMF~05012014,10:38a.m

CELSO MORAES
Enviado por CELSO MORAES em 05/01/2014
Reeditado em 12/03/2014
Código do texto: T4637381
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