O CÁLICE DA AMARGURA

O cálice transbordando amargura reluz ao raio de sol

à espera, tranquilo e sereno por saber que o beberei,

pois forçoso me é bebê-lo malgrado não o deseje.

Às lágrimas, sorvo seu conteúdo pela mão da saudade.

Todavia, tão-logo se vê vazio, o cálice torna a encher-se

com mais rios de melancolia e me sorri pelo reflexo da luz,

e novamente ele, sarcástico, sabe que beberei tudo,

ainda que pela força danosa da falta que ela tanto me faz

E assim é nas 24 horas do dia, um cálice cheio após outro,

com tristeza uns, com saudade outros, com lágrimas alguns,

afogando-me a alma, o coração, as entranhas, meu eu

que se consome no amargo conteúdo desses cálices.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 19/01/2014
Reeditado em 20/01/2014
Código do texto: T4656082
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