Fantasias Noturnas

Tirei a venda dos olhos

Limpei o mofo do olhar

Nas retinas opacas da noite

um céu bordado na alma fiz brilhar

Desvirginei a solidão

Subtrai a dor

Enganei o distraído coração

Abrir a gaiola do tempo

Abortei ressentimentos

Deixei um pássaro encantado entrar

Nas asas lépidas da paixão

fiz a fantasia voar

Nos braços dos sonhos embriagados

deitei o corpo

no colo do verbo amar

Bebi na taça da loucura

Favos de ternuras ao ler

um poema vulgar

Na arritimia dos volúveis desejos

quebrei as amarras do medo

Envolta nos lençóis de linhos

deixei os pensamentos em desalinhos

e a flor do prazer a desmaiar

Com a pureza de um anjo

beijei a boca do luar

Sorrindo acordei

deste meu lindo vagar

Feliz como a Eva que o paraíso

acaba de encontrar!

13/01/2205

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Zena Maciel
Enviado por Zena Maciel em 31/08/2005
Código do texto: T46631