Natureza

Ó grande guerreiro que a Natureza

te foi pródiga em beleza, — difícil de se imitar —

e te deu como presente

o dom que arrasta gente e ao qual ninguém resiste,

... Te escutar!

Porque?

... se até os surdos,

ou os que assim se fazem,

ficam mudos e pasmos,

ao te ouvir falar

e compenetrados,

só despertam,

quando não mais ouvem

tua voz ressoar!

Não precisas delas!

Não precisas fazer platéia!

Elas se formam onde estás!

Ó sábio guerreiro

Só não sabes o que me vai à alma

quando num relance,

te pego em flagrante

a me olhar!

Não sabes como perco a calma

quando não consigo entender

o que quer dizer

teu olhar a me admirar.

Quando olho para dentro dos teus olhos

e num salto consciente, vou buscar

lá no fundo do olhar,

uma resposta

para o sonho que começo a sonhar...

que vertigem!

Tudo roda,

tudo explode!

Perco a calma,

fico imóvel,

já não posso procurar,

pois, qual fumaça contra o vento,

se dissipa o pensamento

no instante de pensar.

Um clarão se agiganta

e na garganta,

num aperto,

morrem todas as palavras,

no momento em que a boca quer falar.

Simplesmente

perco a voz e os movimentos,

se ergo os olhos e te encontro

enfocado em meu olhar.

Já não sei o que fazia

e o que fazer!

Tudo foge,

... só você consigo ver!

E te admiro tanto, que num instante,

num segundo,

toma conta do meu mundo.

E nada mais existe,

... só você!

Francisco Phoenix
Enviado por Francisco Phoenix em 13/02/2014
Código do texto: T4690185
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