Na Estação

Contemplo-te quando vens

Graciosa e saltitante!

Abraçar-me sufocante...

Após descida do trem.

Contemplo-te o puro amor

Que me trazes sorridente!

Com um olhar resplendor...

E os sentimentos ardentes!

Contemplo-te uma beleza

Sem igual neste saguão,

Que me toca o coração...

Com mais doce macieza!

Contemplo-te quando abraças

As saudades do regresso;

Alegrando-me com graças...

Deste abraço de sucesso!

Contemplo-te com louvores,

A rainha a desfilar;

Com malas a carregar...

Contornando os dissabores!

Contemplo-te a paciência,

Ficando horas a esperar;

Em viagem de dormência...

Acordada me encontrar!

Contemplo-te preocupada

Com amigos e família;

Na inquirição das notícias,

No recesso, declaradas!

Contemplo-te no retorno

Das carícias de meu bem!

À espera de um só consolo...

Na antiga estação de trem!

Carmo de Oliveira