Quando eu não mais te amar...

Quando eu não mais te amar...

Na coruscante alvorada... Não quero mais despertar!

Dos alísios campos e brandos bosques! Não ver o entardecer...

Não mais sentir da suave brisa do colosso mar!

De lepidópteros a margaridas; matizar o alvorecer!

Desta esplêndida natureza não mais a contemplar...

Quando eu não mais te amar!

Quando eu não mais te amar...

De eminentes filosofias e sentimentos, não irei mais precisar!

Não quero poder de qualquer ditoso coração entristecer...

De vagos beijos e abraços... Não mais me irei afeiçoar!

Coragem, hombridade, ousadia... Hão de apetecer...

Um outro aprazível amor não mais a procurar...

Quando eu não mais te amar!

Quando eu não mais te amar...

Quero só de ilusórias amizades meu caminho naufragar!

De ferrenhas brigas e discussões me esforçarei em esquecer...

Só espiritualmente tentar minha fatalidade levar...

Confundindo a luz do dia com as estrelas ao anoitecer...

Com a cristandade com certeza irei mais me apegar...

Quando eu não mais te amar!

Quando eu não mais te amar...

Quero de espírito, minha vontade emanar!

Só de enfezamentos... A vida transcorrer!

Meus pensamentos, com uma só atitude, esmigalhar...

Confessar, no sinédrio, meu eterno sofrer por você!

De vagas idéias, na ríspida lápide meu nome fincar...

Quando eu não mais te amar...

Carmo de Oliveira