Quando Não Estás Aqui (Para Ana Carolina Colnago Roco de Azevedo)

Quanto não estás aqui,

A casa morre de verdade,

Os objetos, parados, sem fim,

Falta a vida de sua personalidade.

A busca pela imagem em cada canto,

As roupas, impregnadas, com seu aroma,

É motivo de esconder um pequeno pranto,

Pois não existe casal que fique sem sua soma.

E o gato não é o único solitário,

Já que tudo possui essa falta,

Como se a ausência fosse o espaço,

Que toma conta com tremenda calma.

Ecoa a memória de sua risada,

Embora o som silencioso das ruas,

Seja a única fala que vejo expressada,

Como se essa pessoa em espera estivesse nua.

A fragilidade da carência,

Que abraça o corpo inteiro,

Chegando a estado de demência,

Feito formiga sem formigueiro.

E as horas, malignas retardadas,

Trabalham para um tempo vagaroso,

Onde conto cada segundo, cada palavra,

Me fazendo de pássaro sem o seu pouso.

E logo vem o fim do dia,

Logo após a eternidade,

E a casa volta a ter alegria,

Você voltou para essa realidade.

O peito explode e tudo é harmonia,

Te beijo e olho nos seus olhos,

O amor é fonte inesgotável, que contagia,

E com nada mais eu me importo.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 20/02/2014
Código do texto: T4699616
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