A Distância Entre Corpos

Medimos a distância,

Entre corpos apaixonados,

Quando sentimos ânsia,

Pela aproximação dos separados.

Na sutil aproximação,

O aroma de pele suada,

Que estimula a ação,

Da boca que saliva acuada.

Os lábios contraem,

Na espera pelo beijo,

Que faz os pelos eriçarem,

Com as palavras sem jeito.

Olhos que avistam outros olhos,

O reflexo da própria imagem

Na órbita alheia do seu próximo,

A imagem se torna uma paisagem.

As mãos tremulam feito flâmula,

Pelo acontecimento mágico,

Que faz o desejo explodir e inflama,

A poucos metros do hálito.

Encolhe-se diante da opressão,

Que o coração em ritmo acelerado,

Impõe ao sujeito tomado de paixão,

Curvando-se e mantendo o olhar vidrado.

Os dedos que se unem timidamente,

Com o encontro das bocas e línguas,

Os corpos se abraçam ritmadamente,

Espremendo o impulso de alegria.

O cemitério do lado de fora,

Espreita os amantes grudados,

Que demore o passar das horas,

Sabem que o amor será o resultado.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 23/02/2014
Código do texto: T4702900
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