Ópera das Flores

Cobre-me com tuas suntuosas avencas

E deixa livre o canteiro das samambaias,

Preciso de regá-las para que não caia

Sobre mim o agrotóxico que as torna prenhas.

Perfuma meu corpo com tuas insignes dálias

E depois me banha com o aroma das rosas,

Necessito de fecundar-me com flores viçosas

Para dissipar de mim sensualidades otárias.

Beija minha sensibilidade com teus jasmins

E observa o que retiro de dentro de mim...

A inspiração que doira palavras de ardor!

Acaricia-me com cravos e orquídeas a eloquência

E percebe que, assim, tenho sublime consciência

Para dilapidar com semântica divina o amor!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 26/02/2014
Código do texto: T4707033
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