Amantes e zumbis.

Na penumbra eu te guio,

a dança das mãos.

O Sonho Tocado.

As bocas se desencontram em queixos,

às vezes em ombros,

às vezes em vento.

O Sonho Beijado.

As roupas sobram,

e vão aos poucos

se tornando restos de amor.

O Sonho Desnudo.

A cama se desfaz

em abraços e bocas.

A dança, a dança.

Encontro, desencontro,

Reencontro.

O Sonho Exposto.

O vinho rega a palavra,

mas a garganta sempre seca.

A palavra não é rara,

nem suficiente

O Sonho Confidente.

Preguiça de sentir fome,

pois temos abraço.

Preguiça de sentir sede,

pois temos beijo.

Preguiça de sentir sono,

pois temos Sonho,

sonhado de olhos abertos,

às vezes castanhos,

às vezes azuis,

às vezes reflexo

(vemo-nos espelhados),

às vezes transparência

(vemo-nos por dentro),

e às vezes fechados,

de puro deleite.

E na manhã de sol salpicado,

terminando um dia duplicado,

carregamos olheiras vitoriosas.

"O mundo inteiro acordar.."

e a gente ...”

Fugir,

Zumbis.

Gilberto Messias
Enviado por Gilberto Messias em 02/05/2007
Reeditado em 02/05/2007
Código do texto: T471870