NOSSO CASO DE AMOR

Deixaste-me vivo. A razão, desconheço.

Todavia, sem saber, pior mal me causas-te.

Não me matas-te, é bem verdade, contudo,

destruíste-me.

Tamanha demolição provocas-te,

que só a duras penas recolho os meus cacos.

Assim, permaneço mudo, pois sinto que

não há no mundo gemido que expresse a minha dor.

Resignar-me, para mim, não é a melhor

saída, e sim, à única. Fica impossível ter

preferência quando não se tem escolha.

Vê só a forma tacanha em que transformas-te

o nosso amor. No que tu estás metamorfizada,

não me serve como vingança, antes, é uma questão

de justiça perante a vida; e, os poucos dias que te

restam, serão a tua própria penitência.

Oh, como é triste, nesta noite, ouvir os cães

sarnentos ladrarem debochadamente o teu nome,

pois, hoje, eles sabem que o teu ninho de amor é

indigno até para os ratos.

Meu DEUS, diga-me, qual a razão para tanto dissabor?

Explique-me, em que desventura fui aventurar-me.

Elton Diniz Pacheco
Enviado por Elton Diniz Pacheco em 02/05/2007
Código do texto: T472388