Vegetália
Tu, bela flor primaveril,
que, em meu jardim, vens nascer,
mostra-me,
revela-me,
faz-me crer,
que minha terra infértil
pode ser teu campo,
onde desabrochas em vida.
Tu, inculta rosa
de espinhos selváticos,
despertar-me com o teu toque,
arranca de mim a rubra seiva,
tão semelhante ao rubro de tua face.
Tu, óh Criatura dos deuses,
realiza tua obra fitoterápica...
enebria-me com a efusão de teu perfume,
embriaga-me com a infusão de tuas pétalas,
introduze-me na transcendental realidade,
na qual me encontro imerso em ti.