Sobre Algum Sentir

Quando penso,

Nas suas sinceridades,

Guardo o lenço,

Com lágrimas de verdades.

A coragem do pranto,

Que em ato público,

Reclama o seu encanto,

Fazendo-se de único.

Nas sobrancelhas cerradas,

Como cílios de persianas,

Desfazendo caras ressecadas,

Em nomadismo de vidas ciganas.

Rompendo os casulos palpebrais,

Com a visão viva do instante,

Transformando os objetos em ideais,

No conto de fadas do delirante.

Apalpando as nuvens de algodão doce,

Absorvendo grandes porções dos céus,

Paralisando a paisagem toda em um close,

Captando as células desses contados pixels.

Rabiscando o planeta rascunho,

Na busca por certezas amorosas,

Deixando para cada ser o testemunho,

De suas emoções mais ricas e saborosas.

O amor não permite dúvidas,

Pois é feito de fatídicas certezas,

Consagrado em meio às angústias,

Se apegando nas inúmeras miudezas.

Com a palavra travada,

Gaguejando por impulso,

Já que sua natureza é desvelada,

Podendo no coração caber de tudo.

E os sonhos saltam então da mente,

Povoando os gestos mais expansivos,

Exalando o perfume do rebelde carente,

Que busca acolhimento após os conflitos.

Cada colo se faz útero pretendido,

Abrigando os corpos já crescidos,

Que após a expulsão enquanto filho,

Retoma a necessidade do berço perdido.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 17/03/2014
Código do texto: T4732894
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