Escravo de mim

Fiz-te escravo

Do meu corpo mudo

Das minhas paixões desertas

Que transformam-se

Em canto de criança calma.

Fiz-te escravo

Dos meus carinhos oceânicos

Na nostalgia das noites veronais.

Fiz-te escravo

Do sol

Que queima de moreno o teu corpo

E vibra com as suas alvas coxas

O perfume do teu sexo.

Fiz-te escravo

Das estrelas distantes

De uma mulher febril

Que cavou no teu corpo

Um abismo de sonhos.

Fiz-te escravo

Dessa paixão purpúrea

Onde a tempestade transporta a melancolia

Para as horas tardias

De bonança e calma.

Fiz-te escravo

Dos meus castelos de sonhos

Que faz morada nos teus olhos -*( Meus versos nos teus olhos)

O que arde no teu corpo de areia.

Fiz-te escravo

De uma sombra de árvore

Orvalhada de gotas silvestres

Que banha teus músculos arfantes

Com perfume de madressilva.

Fiz-te escravo

Do meu corpo geométrico

Das minhas mãos que traçam

Infinitos caminhos no teu peito

Da minha boca ofegante de desejo

Das alvas colinas dos meus seios.

Fiz-te escravo

Dos meus beijos de fogo

Dos campos de vento

Onde dobram melodias

Para o teu corpo de bronze.

Fiz-te escravo de mim

Do meu púbis macio

Dos meus olhos de mar

Do meu coração de menina

Que faz arder na alma

O fogo dessa minha paixão.

Adriana Magalhães
Enviado por Adriana Magalhães em 22/03/2014
Reeditado em 22/03/2014
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