Escravo de mim
Fiz-te escravo
Do meu corpo mudo
Das minhas paixões desertas
Que transformam-se
Em canto de criança calma.
Fiz-te escravo
Dos meus carinhos oceânicos
Na nostalgia das noites veronais.
Fiz-te escravo
Do sol
Que queima de moreno o teu corpo
E vibra com as suas alvas coxas
O perfume do teu sexo.
Fiz-te escravo
Das estrelas distantes
De uma mulher febril
Que cavou no teu corpo
Um abismo de sonhos.
Fiz-te escravo
Dessa paixão purpúrea
Onde a tempestade transporta a melancolia
Para as horas tardias
De bonança e calma.
Fiz-te escravo
Dos meus castelos de sonhos
Que faz morada nos teus olhos -*( Meus versos nos teus olhos)
O que arde no teu corpo de areia.
Fiz-te escravo
De uma sombra de árvore
Orvalhada de gotas silvestres
Que banha teus músculos arfantes
Com perfume de madressilva.
Fiz-te escravo
Do meu corpo geométrico
Das minhas mãos que traçam
Infinitos caminhos no teu peito
Da minha boca ofegante de desejo
Das alvas colinas dos meus seios.
Fiz-te escravo
Dos meus beijos de fogo
Dos campos de vento
Onde dobram melodias
Para o teu corpo de bronze.
Fiz-te escravo de mim
Do meu púbis macio
Dos meus olhos de mar
Do meu coração de menina
Que faz arder na alma
O fogo dessa minha paixão.