A LUA E O MAR
Quero ser para ti amado meu
A mansidão total da branca lua
Quando minguante, recolho-me em mim
Até que enfim suma, para arrumar-me
Para tornar aos teus olhos, brilhante
Timidamente me exponho num quarto crescente
Poderás ver meu meio sorriso, um leve corar das faces, um suspiro,
Poderás ouvir-me roucamente chamar teu nome
E quando já cheia e plena, forte em meu desejo
Verás meu brilho a te guiar aos meus braços
E te envolverão meus gemidos e pedidos sensuais
Tu fingir-te-á de maré influenciada pela lua
E tuas ondas irão e virão, em movimentos cadenciados
Dominar-te-á uma rajada de vento e te farás mar bravio
Arremessarás tuas fortes ondas querendo engolir
As areias que se entregam aos teus arroubos...
E quando já saciados desse amor lunar
Dar-te-ei adeus, mais uma vez... linda, plena, satisfeita
E tornarei a minguar-me, a recolher-me em mim
Até que enfim suma, para arrumar-me
Para tornar aos teus olhos, brilhante