Onde mora a felicidade

Acordei, chovia lá fora, abri a janela da ilusão

Dali me entreguei à doce sensação da lealdade

E com o coração cheio de bondade, embarquei

No trem da amizade que partia para o sertão.

Busquei nas flores o frescor das manhãs

Encontrei o calor da falsidade entre a verdade

E a razão, no jardim ressequido da miséria

A vida era mais seria, sofrendo de ingratidão.

Quando na estação o trêm parou, olhei

Para o infinito, avistei a figura mais bonita

Parecendo meio aflita me estendo a mão.

Dela não pude me aproximar, à beira

Do cais o navio estava desancorado

Na plataforma inquieto a me esperar.

Logo a sirene tocou, o comandante

Sorridente, com jeito de quem mentia,

Despojando alegria, me chamou querendo

saber: - Para onde vai menino? - respondi:

- Vou em busca da felicidade, meu senhor!

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 03/05/2007
Reeditado em 04/05/2007
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