Onde mora a felicidade
Acordei, chovia lá fora, abri a janela da ilusão
Dali me entreguei à doce sensação da lealdade
E com o coração cheio de bondade, embarquei
No trem da amizade que partia para o sertão.
Busquei nas flores o frescor das manhãs
Encontrei o calor da falsidade entre a verdade
E a razão, no jardim ressequido da miséria
A vida era mais seria, sofrendo de ingratidão.
Quando na estação o trêm parou, olhei
Para o infinito, avistei a figura mais bonita
Parecendo meio aflita me estendo a mão.
Dela não pude me aproximar, à beira
Do cais o navio estava desancorado
Na plataforma inquieto a me esperar.
Logo a sirene tocou, o comandante
Sorridente, com jeito de quem mentia,
Despojando alegria, me chamou querendo
saber: - Para onde vai menino? - respondi:
- Vou em busca da felicidade, meu senhor!