ROMPIMENTO 
 
 
 
Aquela gota de lágrima por si só já dizia tudo.
Nada mais importava aquele poeta.
Com uma flor na mão pacientemente esperava um mísero beijo.
Era a despedida.
Mas não foi beijado. Como estava, estancado ficou.
Quis dizer algo. Balbuciou, mas com a voz embargada parou.
A sua interlocutora repetia a mesma frase:
Não meu amor. Não dá mais. O nosso caso terminou aqui.
Sem outro argumento o poeta reuniu as poucas forças
que lhe restava e perguntou:
O que faço com esta flor? Eu a cultivei e dela cuidei com carinho para ti.
Será que tu podes pelo menos me dizer o por quê?
O que fiz de tão ruim para provocar esse rompimento?
Nem eu sei, acredite. Não vejo futuro para nós.
Eu ainda não sei o que é o amor e tu não sabes ensinar,
mesmo com todos os encantos da poesia.