O papel da poesia.

Noite fria,a mão que escreve esquenta.

O corpo,o próprio corpo...entregue à sorte.

Atormenta,vira,desvira...a mão lamenta.

A mão explora,a mão devora...e lá vem ela.

A poesia.E o papel...cruel absorve os úmidos desejos.

Apêlos....da minha cama,da minha carne.

Curvas,desejos...poesia.

E lá vai ela...outras mãos que escrevem,

Prendem as mãos da poetisa.

E sorrateiro...devora a carne,me explora...

Eu deixo,e as "nossas mãos",passeiam pelo

meu corpo.Frágil corpo de texto.

E o meu beijo,beija a mão da poesia.

Ele beija todo o meu corpo.Mata o desejo.

E nos poemas,nas palavras busco o gozo.

E absorvo inteiro,o teu gosto.

E no teu prazer...de me ter inteira,

Sorrateira,entrego-te (me),outra poesia.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 06/05/2007
Código do texto: T476673
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