O papel da poesia.
Noite fria,a mão que escreve esquenta.
O corpo,o próprio corpo...entregue à sorte.
Atormenta,vira,desvira...a mão lamenta.
A mão explora,a mão devora...e lá vem ela.
A poesia.E o papel...cruel absorve os úmidos desejos.
Apêlos....da minha cama,da minha carne.
Curvas,desejos...poesia.
E lá vai ela...outras mãos que escrevem,
Prendem as mãos da poetisa.
E sorrateiro...devora a carne,me explora...
Eu deixo,e as "nossas mãos",passeiam pelo
meu corpo.Frágil corpo de texto.
E o meu beijo,beija a mão da poesia.
Ele beija todo o meu corpo.Mata o desejo.
E nos poemas,nas palavras busco o gozo.
E absorvo inteiro,o teu gosto.
E no teu prazer...de me ter inteira,
Sorrateira,entrego-te (me),outra poesia.