O POETA E O AMOR
Do que falo,
faz dentro do meu peito, o meu coração bater mais forte,
faz o meu corpo tremer,
em sonhos, me leva aos ventos do sul e ao calor do norte,
me faz sofrer sem merecer.
Do que falo,
me faz sorrir e até chorar sem ter razão,
me traz aqui, me faz parar,
me faz sentir, acho que é amor,
pois do que falo,
percorre em minhas veias e incendeia este meu corpo nu,
me deixa cego, surdo e mudo,
me faz confuso e neste meu mundo,
me deixa entregue aos braços dessa solidão.
Do que falo, não é sim nem não,
é algo que não se explica,
é algo que complica a vida da gente,
não é tão frio e se faz quente,
é algo que não se tem razão.
Do que falo, me faz tão louco e sonhador,
me faz sair de mim, para que eu possa enfim,
saber quem sou.
Do que falo é algo transcendental,
e que afeta o meu lado espiritual,
do que falo é simplesmente do amor.
Visto o meu corpo deste sentimento,
onde, de encontro ao vento,
deixo me levar até um certo lugar,
onde se possa amar.
Rasgo a fome, o preconceito, a inveja e o desrespeito,
abraço alguém que sofre,
dou um pão a quem tem fome e assim,
levado por uma alma perdida,
tão esquecida no coração de um homem.
Ah! Esse amor.
Onde retalhos de mim, me conserta,
onde não tem dia e nem hora certa,
onde me beija, onde eu apanho,
onde eu me encontro nesse meu mundo estranho.
mas o amor que eu tenho é tamanho,
regado de sentimentos,
onde me quer a todo momento.
Do que falo, me faz andar sem pernas
e adorar a tudo e a todos,
remediar aquilo que não tem mais cura,
me traz a dor, meu coração reclama,
assim é um homem que simplesmente ama.
Do que falo, sei que é amor.