A prostração no amor

Em vão me declarar em gesto audaz

à Amada que me desfere a palavra mordaz

Se bendigo sua beleza, só lhe dou asco

Sou mancebo infeliz sujeito ao fiasco

As leis do amor seja alheio talvez

Uma mulher não conquiste por timidez

Se o carinho que lhe dou parece tão ínfimo

Sequer uma vez toquei seu íntimo

Tanto sentimento perdido além

Da alma gêmea(em ausência) estou refém

Quanto amor tenho a dividir(reluzir)

A quem seu coração me consentir

O amor guardado só se aniquila, fenece

Quando inexiste a mulher que o reconhece

O amor acumula-se e transforma-se em dor

Quando o ser amado renega se sabor

O amor desprezado em toda sua graça

Quando indiferente a outra face o rechaça

torna o bem-querer um sentir vago

face aos malogros que traz assaz estrago

Temo que de desamor esteja jurado

De infindas lastimas o cúpido está cansado

A solitude impetuosa se emana

O meu ser lasso ,do bem-viver jamais se inflama