Será que nunca amarei?

"Não sei o que é isso quando dois seres

se sentem atraídos e uma simples reação

bioquímica ocasiona o eclodir da emoção.

Não sei o que é isso quando esses mesmos

seres sofrem um desgaste ou uma infidelidade

tendo êxito o fim da união.

E esses mesmos seres indecisos em suas

decisões resolvem voltar para dar seguimento

ao passado e o futuro que encontrarão.

Ao longo do dia estou sujeito as indagações

a si mesmo, porém é no cair da noite que

sou mais introspectivo.

Será que nunca terei o ensejo de fazer

parte disso? Será que nunca serei agraciado

com essa outra loucura enquanto eu estiver vivo?

Fito estes seres dotados de forte amor

preenchendo a lacuna de ambos com o

objetivo nobre, desfrutar o presente.

Meu peito fica estreito e continuo

o meu caminho, mas sempre pensado que

em mim há algo ausente.

Transito em minha casa, passeio

pelo quarto, visito a singela cozinha e

medito no quintal pacato.

Vou na adega, pego o vinho e início

a ingestão, delirando nos pensamentos

para uma mudança de imediato.

Este vinho que encurta a espera do sono

é o mesmo que dissolve minhas magoas,

camuflado de refúgio com a seguinte razão:

Eis uma das saídas para tornar a desgraça

interessante, mecanismo da minha psique

para eu não cair na alucinação.

Hoje entorno doses a mais, ciente das

consequências mas seguro das

minhas condições.

Ao amanhecer será outro ciclo,

refletir sobre o ontem e extrair

ensinamentos para aplicar em minhas ações.

Moraes IV
Enviado por Moraes IV em 28/04/2014
Código do texto: T4786286
Classificação de conteúdo: seguro