PRISMAS INSONDÁVEIS

PRISMAS INSONDÁVEIS 090.711

De súbito desperta de seu sono régio

a pedra! Lêem páginas imaginárias

seus olhos líricos - rústico florilégio

a justapor nítidas palavras lendárias.

E, caminhando rumo a majestoso prédio,

encontrando obstáculos quase intransponíveis,

eis que letras longínquas - oposto remédio! -

definem paredes empíricas ou áureas:

A pedra então conquista lívidas láureas!

- enquanto isso seguem jornada, insensíveis,

pesquisando alternativas vãs e mistérios,

as estrofes intangíveis. E miscelâneas

desvairadas de tons escrevem danos sérios

nas pétreas formas amorfas que, extemporâneas,

tombam tristes e arrastam fagulhas aéreas...

A pedra disforme perambula. De ângulo

amargo rimas acenam - ao triângulo

mudo e rolante - gélidas luzes etéreas

onde - via cores e tons que telas atingem -

a pedra vislumbra enfim que poemas fingem

idéias, ídolos, papéis, pincéis e painéis !

Sorocaba, aos quatro dias do mês de maio de 2014.