Desencontro...
Eu a vi quando explodia
ofuscada na contraluz
quando direto se dirigia
para o mágico foco de luz.
Eu te esperava...
E recolhi em minha mão
os restos da mariposa
ardente e toda em chamas
as mesmas chamas que tentei
despertar em teu coração.
Mas a angústia da espera
em tão sombria atmosfera
só trouxe desesperança
nem um pouco de confiança
de que algum dia tu virias.
Apenas um réquiem triste
que pensei até que ouvias
sucedeu àquele impacto
e ainda assim deixou intacto
meu amor que nunca viste.
Eu te procurava...
E não obstante o desespero
em busca de teu doce cheiro
eu fechei a minha mão
com os restos da borboleta
que chegou ao invés de ti...
E em passos de ampulheta
eu finalmente me retirei
porque tarde me apercebi
que não existe sina nem sorte
apenas a presença da morte
é verdade líquida e certa,
e no silêncio da noite incerta
me apoderei daquelas cinzas.
Porque te amava...
Franca, 2.005, Julho, 01.
Joscarlo