Obra prima
"Amor: chama ardente
como o fogo que não se vê;
Dói, porém não se sente
a chaga do porquê.
Amor: feito um puro suspiro loquaz;
é o amor que tudo pode, tudo encontra,
tudo traz...
Na rosa ferida vira pétala colorida;
vira espinho de pura felicidade,
Vira o caminho para longínqua amizade.
É o amor que com a voz trêfega,
as mãos suadas,
torna-se o pranto
a cólera saudosa
na infinita madrugada...
É este mesmo sentimento,
feito de puro contento
tira o sono de almas atreladas...
Amor: ferida incurável
e remediada contra todos os males!
É o amor inesgotável
que permite-nos pedir ao outro
que jamais cales...
E com gestos brandos e ternos
ele torna-se de salvação;
também assim sereno amor será eterno
na sua própria perdição...
ah! Que vivam os enamorados!
Que cantem enquanto dure
o infinito!
Que estejam de braços dados,
tornando o mundo mais bonito...
São com poucas palavras
e afagos carinhosos
que se faz a bela história;
são apenas pensamentos manhosos
perdidos na consciência da memória..."