QUANDO DEIXAS EU LAVO OS TEUS CABELOS.

Quando deixas eu lavo os teus cabelos,

pois adoro cuida-los com afinco,

faço tranças depois com elas brinco,

passo óleo em teu corpo por inteiro,

eu costumo me fazer de mensageiro,

dos desejos que habitam em nós dois,

e não deixo o agora pra depois,

te atendo conforme me solicitas,

já conheço os ritos que nos excitam,

e os pratico com toda severidade,

pois demonstras a grande capacidade,

de entender-me se as vezes dou bola fora,

reconheces que a todos faltam glorias,

pois tem dias que tudo vai dar errado,

nem por isto precisa ser massacrado quem,

a gente se apega e acostuma-se,

se nem Deus conseguiu ser infalível,

imagine nós um monte de estrumes.

No geral acertamos com freqüência,

nosso amor é robusto e tem mandato,

quando vamos chegar as vias de fatos,

já passamos pelo processo sedutor,

pois vai o jardineiro colher a flor,

sem antes ter a roseira semeado,

não vivemos das chuvas do passado,

mas o adubo vem das terras que molhou-se,

se a vida é uma estrada a ser trilhada,

vamos juntos caminhar sem alvoroços.

Luso poemas 13/05/14