MEIGA VISÃO
Não te vejo, não te sinto, mas pressinto
Que teu pensamento não me abandona,
Teus olhos doces e meigos, não minto,
São a minha tentação, tu és minha dona.
Olho para as paredes do meu escritório
E parece ver-te entre os meus poemas,
Lendo os que mais gostas, são penas
Que me deixas, sem o teu comentário.
És uma meiga visão que me atormenta
Por não poder tocar-te nem te acalmar,
Pareces feita de porcelana, me lamento
Não te ver, não te sentir, nem te abraçar.
Será que este suplício não mais acabará?
Ou tu virás disfarçada de anjo da guarda
Para me pedires perdão da tua precipitada
Afronta que me lançaste, tão desesperada.
Esperança a minha de ter-te de regresso,
Pois o tempo é escasso, de ti me despeço.
A noite toma conta do meu ser, adormeço,
Sem saber se tudo depende do teu apego.
Ruy Serrano - 16.05.2014, às 00:35 H